A mídia estatal iraniana confirmou no último sábado (12) a morte do lutador Navid Afkari, por enforcamento, após ser condenado por assassinato de um funcionário público e supostamente integrar grupo de prostestos contra o governo. A notícia da execução do atleta, que já havia sido campeão olímpico pelo país, causou revolta e comoção internacional.
Em nota oficial, o Comitê Olímpico Internacional (COI) lamentou profundamente a notícia. "Nós estamos devastados em ouvir sobre a execução de um dos nossos atletas, Navid Afkari. Nos últimos dias trabalhamos com todo o nosso apoio para salvar a vida de Navid. Estamos muito tristes que nossos esforços e de toda a comunidade atlética não atingiram o objetivo que desejávamos. Nossos pensamentos e orações estarão com seus familiares e amigos nestes dias difíceis."
Dias atrás, diversos grupos de direitos humanos e personalidades mundiais, como Donald Trump, se envolveram com o caso na tentativa de que o país desistisse da condenação, sem sucesso. A World Players Association (WPA), associação global que representa cerca de 85 mil atletas, exigiu que o país seja expulso de todas as competições esportivas.
Nas redes sociais, os fãs publicaram diversas mensagens consternados com a morte: "que coisa absurda", "pelo jeito, estamos em 1800, caramba" e "o Irã precisa ser banido", diziam alguns.
De acordo com familiares e a defesa de Navid, que tinha 27 anos e era atleta de luta greco-romana, não haviam provas que incriminassem o rapaz, que teria feito confissão após tortura e coação. Dois irmãos dele, Vahid e Habib, também estão presos por terem participado de protestos que ocorreram contra o governo, em meados de 2018.
A sentença foi executada na cidade de Shiraz, no sul do Irã, e o corpo do atleta não será devolvido aos familiares.